terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Chuteiras Atômicas - Um conto surreal para a copa

Num animado planeta verde redondo, chamado Campo, imperava o país mais popular deste mundo, o Futebrasil. Pentacampeão mundial de futebol, o Futebrasil era símbolo de força, riqueza, igualdade social e econômica perante o restante do Campo. Com sede no Palácio do Maracanã, no Rio de Janeiro, era governado pelo excelentíssimo senhor presidente da república, Luís Inácio Bola da Silva, que contava com os melhores ministros do mundo: Luís Fabiano, ministro do desenvolvimento, Ronaldinho Gaúcho, ministro do jogo de cintura, Adriano, ministro da saúde, responsável por descriminalizar o uso de drogas no país, Kaká, de relacionamento e ainda Ronaldo Fenômeno, vice-ministro de qualquer um deles, dada sua popularidade no Campo.
Certo dia, o presidente Bola convoca uma reunião urgente com seus ministros e decide que precisam fazer alguma coisa, pois havia indícios de que o país vizinho estava se armando com chuteiras atômicas, o que era terminantemente proibido e condenado pelo planeta Campo. Com isso decide invadir a Zanguentina - país pobre de segunda divisão que não se conforma com sua situação geográfica recuada do meio do Campo. Comandado então pelo ex-jogador e atual apresentador de televisão, Diego Maradona, o qual carrega uma imensa frustração por não ter nascido futebrasileiro, não podendo se aposentar jogando futevolei na praia de Ipanema, e que recebera treinamento especial no início dos anos 80 do então ministro do jogo de cintura, Arthur Antunes Coimbra, também conhecido com Zico. E estaria usando essas artimanhas para articular um plano de sabotagem ao hexacampeonato futebrasileiro, querendo tirar seus rivais da cena do comando Campestre.
- Mas o que o senhor presidente pensa em fazer? - perguntou preocupado o ministro Kaká.
- Ainda não tenho certeza - responde o presidente pensativo - temos que pensar em algo a fim de deixar os zaguentinos descalços. Talvez de início, devamos pegar um deles como refém, para tentarmos tirar maiores informações sobre o plano.
Analisando as cartas na manga, decidiram por bem contatar o país amigo Portugal, que idolatrava os grandes nomes do Futebrasil, tendo tentado no passado mudar a cidadania de um deles, Luis Felipe Scolari. Assim fizeram, e com a ajuda do arranque de Cristiano, conhecido como Ronaldo por razões óbvias, capturaram ninguém menos que o melhor do mundo, o zaguentino Messi, porque se é para fazer, há que se fazer direito.
Com Messi já em cativeiro, mantido no banco de reserva adversário do Palácio do Maracanã, Bola tenta de todas as maneiras conseguir informações sobre os planos de seus vizinhos campestres. No entanto, o jogador é é firme na decisão de não falar nada, pois todos os zaguentinos são treinados para não abrir a boca juniors para rivais. Bola então decide que é hora de levar situação a todo o Campo e convoca uma reunião mundial no C.T. da ONU, a fim de conseguir respaldo dos demais países, passíveis de serem prejudicados pelas chuteiras nucleares, para um ataque 4x3x3, pois sendo a Zaguentina um país tipicamente recuado, precisariam de pelo menos 4 no ataque para conseguir ultrapassar o meio do Campo.
E assim foi feito, com a estratégia previamente bem definida, em tempo normal a Zaguentina estava derrotada, quando Maradona foi encontrado no buraco da bandeirinha do lado esquerdo do seu país no Campo, ligeiramente sujo, inchado e descalço - para não dar provas da denúncia - e imediatamente grita:
- No me mate, Yo soy Don Dieguito Maradona, el presidente de la Zaguentina)
(Tradução: Não me mate, eu sou Dom Dieguinho Maradona, presidente da Zaguentina!)
Capturado, é levado ao Palácio do Futebrasil para responder ao processo de crime contra o meio-Campo, devido à fabricação das chuteiras nucleares e aproveitando o ensejo, também responderá por ter colocado a mão na bola no jogo contra a Inglaterra em 1986 e pelo dopping aos futebrasileiros através da água em 1994.
Sendo constatada a culpa, a Zaguentina é punida quase que por unanimidade, tendo apenas um voto a seu favor de Cubo, outro país frustrado pela sua forma geometricamente desfavorável neste mundo redondo. O que não é de todo ruim, afinal toda unanimidade é burra. O presidente Maradona foi deposto e condenado a atuar como gandula por 4 copas, nas quais seu país não poderá participar.
E o Futebrasil manteve sua hegemonia através da conquista do hexacampeonato e o resto do Campo viveu tranquilo e feliz para sempre.

PS: Foi quase... mas por outro lado é bom que eles participem, porque a Copa tem muito mais graça!

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Os bons morrem jovens


Claro que a palavra não seria exatamente jovem, mas depois de algum tempo, volto aqui para escrever sobre minha consternação sobre a morte da querida, amada e santa Zilda Arns.
Sou do Paraná, acompanhamos o trabalho dessa nobre mulher desde sempre e seu jeito meigo de levar conhecimento e informação às pessoas carentes, evitando com isso a morte de milhares de crianças. Um trabalho lindo, impecável, sem uma coisa sequer que manche sua integridade. Zilda foi uma pessoa de garra, coragem e determinação que mudou a história do nosso país com seu projeto da Pastoral da Criança.
Infelizmente, as pessoas boas se vão antes (na nossa ignorante concepção...) e as ruins ficam aí posando com seus bigodes e roubando essas milhares de crianças que já cresceram e crescerão, tendo que ler nos jornais a putaria que acontece em Brasília, ninguém faz porra nenhuma e a história só se repete, dia após dia.
Zilda, que você encontre a paz agora que partiu desse mundo cão que a gente vive e que daí de cima você possa mandar uma luzinha para esse povo sofredor do Haiti, que era sua missão quando passou dessa para muito melhor e puxar os pezinhos desses políticos ladrões que impedem de alguma forma que seu trabalho tenha um final feliz.