quarta-feira, 18 de março de 2015

Crise Existencial

Eu sou branca. Bem branca. Meio avermelhada. Na verdade sou bronzeada, precisava ver como eu ficava lá por agosto, quando morava em Curitiba! Eu não sou elite. Minha renda é apenas digna (apenas, porque não tenho nenhuma moleza não) lembrando que 40% vão para o Estado. Eu não tenho o retorno do Estado. Eu tenho pós-graduação há pouco tempo, quando conquistei certa tranquilidade financeira - (eu paguei por um bom curso) -  depois de trabalhar muito e sempre, desde os 17 anos. Meus pais têm segundo grau. Eu sou empresária. Eu sou artista.
Eu sou totalmente contra intervenção militar (acho que deveríamos é excluir a palavra "militar" da nossa vida) e qualquer volta de qualquer ditadura. Ouvi histórias inclusive da boca da minha mãe. Esta história ainda está viva. E não pode morrer nem se calar.
Sou contra o impeachment, se a Presidenta não sabia de nada. Se ela sabia, aí seria crime e eu seria a favor.
Acredito que o desenvolvimento deve chegar a todos e isso significa educação. Eu não vejo chegando a educação. Eu não vejo democracia (povo governando e não apenas falando o que pensa). Eu vejo populismo. A pátria é tudo, menos educadora.
Eu não defendo a Dilma e muito menos o Lula. Eu não defendi o FHC quando ele estava errado e muito menos o Aécio. Eu não tenho intenção nem como fugir pra Miami. Eu não sou insensível aos mendigos dormindo sob a marquise da Presidente Vargas.
Eu acho que nada vem de graça, nem o pão nem a cachaça. Eu sou trabalhadora. Eu não sou elite branca. Eu não sou preto favelado. Eu não sou coxinha. Eu não sou de esquerda. Eu não sou de direita. Eu não sou reaça. Eu não sou comunista. Eu não sou capitalista. Eu não sou cega. Eu não sou ladra. Eu não sou burra.
Eu não sei de nada. Eu apenas quero que parem de mentir e roubar o dinheiro de todos, que pode ser qualquer um, todos acima ou NDA. Inclusive eu. Aqui ou em qualquer lugar.
Mas quem sou eu e que país é este mesmo?