sexta-feira, 5 de abril de 2013

Frustrações - parte VII

Já escrevi sobre minha angústia em relação a ter que ser mãe e tal, e acabei lembrando, ou melhor veio à tona uma frustração relacionada ao tema. Nunca fui madrinha oficial. De nada nem ninguém. Nem de casamento, nem de batizado, nem de crisma.

É curioso porque tenho muitas amigas que eu considero "melhores".

Fazendo uma perspectiva, vejo que as circunstâncias também acabaram colaborando. Por exemplo, uma dela se casou cedo e quando se casou, estava morando em outra cidade. Nos distanciamos um pouco, por razões óbvias, e bem nesse momento, ela casou. Também não sei se teria sido diferente se ela continuasse a morar na mesma cidade que eu. Mas não sou madrinha dela. 

Depois, uma outra amiga se casou e esta eu tinha certeza que me convidaria. Participei de várias fases do namoro dos noivos, inclusive presenciei brigas, sérias e bobas, e as reconciliações. Mas agora não sei porque cargas d'água, lembro que nós brigamos nos meses que antecediam o casamento, acho que falei umas verdades para ela, talvez não devesse, afinal eram minhas essas verdades. Ou talvez devesse e ela acatou alguma coisa lá no fundo. Não sei. Só sei que não sou madrinha dela. Depois vi que havia um casal de padrinhos que eles conheceram bem depois de mim. Fiquei chateada,sim, claro, mas já passou. Eles são meu amigos do peito e eu quase que me considero uma madrinha. Mas não sou.

No casamento da minha irmã, quando ser madrinha seria uma coisa meio óbvia, acabou se tornando mais do que especial, porque ao invés do óbvio, traçamos uma linha paralela e "chocamos" a igreja. Primeiro porque todos me procuravam entre os padrinhos e não me achavam. Foi quando entrei, aos 26 anos, como daminha de honra, carregando as alianças. Foi lindo e eu amei. Mas, de novo, não fui madrinha. Também tudo bem, porque eu nem gostava muito do (ex)cunhado e eles já descasaram mesmo.

Outras ainda não casaram ou, como eu, apenas se juntaram. Até lembrei que sou madrinha extra-oficial de uma delas porque ajudei a juntar o casal.

Agora em relação a crianças, acho que nunca fui chamada pela mesma razão e que eu mesma penso sobre mim: não tenho muita paciência nem jeito com crianças. Não sou tia babona, nunca troquei uma fralda sequer e acho que é perceptível que nunca tomei conta de nenhum bebê na vida. Aí como confiar numa pessoa dessas? Eu entendo. Mas me sinto frustrada. Talvez se tivesse algum apoio do outro lado, eu parasse de achar que criança é um mini adulto convencido, manipulador e naturalmente egoísta. Começasse a achá-las simplesmente fofas. Mas ainda não aconteceu. E então, já que não quero ser mãe, acabei de decidir que quero ser madrinha. Quem me chamar vai se dar bem.

Fica a dica.

(Também aposto que tem muita gente que nunca foi daminha.)