Essa crônica está mais ou menos pronta na minha cabeça desde
janeiro. Ou seja, início do ano.
Já estava pensando em retomar meu blog, como forma do
desabafo que eu sempre fiz, mas só me liguei depois... Escrever é preciso, é bom,
é saudável, é exercício.
Aí, o tema veio de uma amiga de um amigo, que se tornou
minha amiga, mas eu só a vejo quando estou com meu amigo e mesmo assim gosto
muito dela e nós super nos entrosamos! – então, de repente sua mãe se foi...
num fim de semana de janeiro, quando todos estão viajando, inclusive minha
amiga, que estava em Floripa, cidade incrível, mini-Rio, curtindo. Voltou com a
má notícia, horas de voo e agonia.
E é claro que eu pensei na minha mãe. Que se foi no Carnaval, quando todos estão
viajando e eu estava no Rio, cidade incrível, mega-Floripa, curtindo. Voltei
com a má notícia, horas de voo e agonia. E aí é natural que a dorzinha persistente
se manifeste. E eu penso: acho q é a pior perda que existe. Tentei confortar
minha amiga como pude, com algumas coisas que eu penso dentro minha rotina, há
11 anos hoje.
Porque mãe a gente só tem uma mesmo. Ela te enche de amor e
carinho e o saco de tanto amor e carinho. A gente nunca entende, ou se entende
mesmo assim diz: ai, mãe, para, me larga! Ai mãe para, não precisa se
preocupar! Ai mãe tá exagerando!
Mas quando o bicho pega, mermão, ela é sempre do seu lado.
Por maior a merda que você já tenha feito!
Aí me recupero e no início de fevereiro... a notícia da mãezinha
de duas amigonas minha de Curita que teve uma espécie de AVC e em dias se
vai... Doa um pouco de sua vida para outras pessoas e isso é uma coisa que
conforta. Mas é tristeeeeeee! Porque mãe é mãe. E choro de novo. E sinto tudo de novo. Amo muito as minhas
amigas e quero que elas fiquem bem! Gostaria de dizer também tudo que penso a
elas, mas palavras são efêmeras, o tempo também se encarrega disso e elas vão
entender. Mas só com o tempo, que cura tudo, até a pior dor.
Mas por que a gente é fraca em relação à morte? Porque...
não sei.
Vem o Carnaval, suas cores, magias e alegrias! O Carnaval
pode ser tudo, mas é alegre e isso é indiscutível. Minha mãe também me ensinou
isso. Encontrar personagens nas ruas, indo e vindo em fantasias incríveis e bem
boladas, tais quais as velhinhas faceiras no metrô de tubinho preto e véu no
rosto eram “as viúvas do Wando”! Demais! Outro carinha no ônibus, de bailarina
e indo sozinho, bem sério encontrar o restante do ”seu grupo de dança” no bloco
ali da Lapa.
Os blocos foram divertidos, encontramos amigos,
aproveitamos!
E na terça de Carnaval foi o enterro da vovó do marido, mãe
da minha sogra querida e da tia que é um anjo para nós – e ambas me tratam como
filha. Ela estava doente e de cama há muitos anos, então descansou, é fato.
Porém ainda assim dói muito porque é a mamãe que se vai.
E de novo, lembrei da minha mãezinha que também se foi no
Carnaval, talvez por terem sido tão alegres, se foram em ritmo de folia...
E aí, após 11 anos de “experiência”, quero dizer
a todas essas minhas amigas amadas com algum saber (algum!), que depois que
passa a tristeza mor, a gente vai descobrindo coisas incríveis. Descobre que aquela
força, que a gente achava que só elas tinham, está logo ali, dentro da gente; a
nossa voz é prova disso, que em uma frase tal sai I-GUAL à dela; um gesto,
quando alguém te olha e diz ‘nossa, você fez igualzinho a sua mãe’; um ditado
que ela dizia e você repete sem querer e claro várias, várias atitudes. Assim
que a gente descobre que elas nunca morrem, mas estarão sempre vivas dentro de
nós, em tudo que nos ensinaram e certamente aprendemos, porque somos todas
guerreiras e lindas, tais quais nossas mãezinhas queridas!