quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Essa gente bronzeada já mostra seu valor

A gente sempre tem na cabeça que o ano só começa depois do Carnaval, que o brasileiro adora uma folga, se aproveita disso e falam por aí que o carioca, que já tem fama de folgado, mais ainda.

E então eu li uma nota do Ancelmo Góis que falava sobre isso. Dizia primeiro que a média de horas trabalhadas no Brasil é de 40, contra 35 na França e nos EUA, e depois que o verão no Rio de Janeiro, por ser tão movimentado traz muito, mas muito trabalho e com isso, claro, trabalhadores. Isso vale para o país todo.


É bem óbvio mesmo. O Rio, por exemplo, aumenta sua capacidade em mais de 50% (a estimativa foi de mais de 3 milhões de turistas, ainda sem dados oficiais da comprovação, mas acreditem, tinha muita, muita gente aqui!) e há que se atender à demanda. Praia, hotéis e restaurantes lotados, além dos pontos turísticos. O povo aproveita para ganhar seu trocado como pode, mas trabalhando, vendendo, suando a camisa nesse calor desértico. Sem contar o Carnaval, que é uma festa absurdamente grande, onde não há espaço para ócio nem para preguiçosos, tem que ralar muito praquela avenida!


Acho que a fama só faz sentido mesmo porque há muita gente de férias e com isso, muitos assuntos ficam pendentes, aguardando a pessoa responsável voltar. E com a globalização, minha gente, não há como fugir de uma ligação do Canadá em plena terça-feira de Carnaval.

Isso posto, prova que essa história é uma lenda, o problema é que nós mesmos continuamos difundindo essa imagem distorcida de nós mesmos. Mas tudo bem, somos um povo alegre e que adora fazer piada sobre tudo, então tudo bem relaxar um pouco neste período do ano, mas sempre ligados na missão.

Em tempo, a fonte é Cimar Azevedo, gerente de Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE. E os dados demonstram que o carioca registrou, em janeiro, a maior média de horas trabalhadas por semana no país. Foram 40,6 horas, mais que São Paulo, com 40,3.

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E viva o dia 29 de fevereiro!!

Foto by Clebs.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Mamãe eu quero!


Essa crônica está mais ou menos pronta na minha cabeça desde janeiro. Ou seja, início do ano.
Já estava pensando em retomar meu blog, como forma do desabafo que eu sempre fiz, mas só me liguei depois... Escrever é preciso, é bom, é saudável, é exercício.
Aí, o tema veio de uma amiga de um amigo, que se tornou minha amiga, mas eu só a vejo quando estou com meu amigo e mesmo assim gosto muito dela e nós super nos entrosamos! – então, de repente sua mãe se foi... num fim de semana de janeiro, quando todos estão viajando, inclusive minha amiga, que estava em Floripa, cidade incrível, mini-Rio, curtindo. Voltou com a má notícia, horas de voo e agonia.
E é claro que eu pensei na minha mãe.  Que se foi no Carnaval, quando todos estão viajando e eu estava no Rio, cidade incrível, mega-Floripa, curtindo. Voltei com a má notícia, horas de voo e agonia. E aí é natural que a dorzinha persistente se manifeste. E eu penso: acho q é a pior perda que existe. Tentei confortar minha amiga como pude, com algumas coisas que eu penso dentro minha rotina, há 11 anos hoje.
Porque mãe a gente só tem uma mesmo. Ela te enche de amor e carinho e o saco de tanto amor e carinho. A gente nunca entende, ou se entende mesmo assim diz: ai, mãe, para, me larga! Ai mãe para, não precisa se preocupar! Ai mãe tá exagerando!
Mas quando o bicho pega, mermão, ela é sempre do seu lado. Por maior a merda que você já tenha feito!
Aí me recupero e no início de fevereiro... a notícia da mãezinha de duas amigonas minha de Curita que teve uma espécie de AVC e em dias se vai... Doa um pouco de sua vida para outras pessoas e isso é uma coisa que conforta. Mas é tristeeeeeee! Porque mãe é mãe. E choro de novo.  E sinto tudo de novo. Amo muito as minhas amigas e quero que elas fiquem bem! Gostaria de dizer também tudo que penso a elas, mas palavras são efêmeras, o tempo também se encarrega disso e elas vão entender. Mas só com o tempo, que cura tudo, até a pior dor.
Mas por que a gente é fraca em relação à morte? Porque... não sei.
Vem o Carnaval, suas cores, magias e alegrias! O Carnaval pode ser tudo, mas é alegre e isso é indiscutível. Minha mãe também me ensinou isso. Encontrar personagens nas ruas, indo e vindo em fantasias incríveis e bem boladas, tais quais as velhinhas faceiras no metrô de tubinho preto e véu no rosto eram “as viúvas do Wando”! Demais! Outro carinha no ônibus, de bailarina e indo sozinho, bem sério encontrar o restante do ”seu grupo de dança” no bloco ali da Lapa.
Os blocos foram divertidos, encontramos amigos, aproveitamos!
E na terça de Carnaval foi o enterro da vovó do marido, mãe da minha sogra querida e da tia que é um anjo para nós – e ambas me tratam como filha. Ela estava doente e de cama há muitos anos, então descansou, é fato. Porém ainda assim dói muito porque é a mamãe que se vai.  
E de novo, lembrei da minha mãezinha que também se foi no Carnaval, talvez por terem sido tão alegres, se foram em ritmo de folia...
E aí, após 11 anos de “experiência”, quero dizer a todas essas minhas amigas amadas com algum saber (algum!), que depois que passa a tristeza mor, a gente vai descobrindo coisas incríveis. Descobre que aquela força, que a gente achava que só elas tinham, está logo ali, dentro da gente; a nossa voz é prova disso, que em uma frase tal sai I-GUAL à dela; um gesto, quando alguém te olha e diz ‘nossa, você fez igualzinho a sua mãe’; um ditado que ela dizia e você repete sem querer e claro várias, várias atitudes. Assim que a gente descobre que elas nunca morrem, mas estarão sempre vivas dentro de nós, em tudo que nos ensinaram e certamente aprendemos, porque somos todas guerreiras e lindas, tais quais nossas mãezinhas queridas!