terça-feira, 13 de agosto de 2013

Sua nova amiga, depressão

Virando a última esquina dos 30, batendo nos 40, eis que aprendemos a conviver com uma nova amiga, a depressão.
Não sei se é a vida moderna, mas acho que não. Lembro da minha mãe, por volta da minha idade, questionando a vida e suas dificuldades.
Então pode ser genético. Também acho que não. Muitas amigas se abrem, com as mesmas sensações, não necessariamente havendo casos constatados na família.
Então penso que é assim mesmo. As mulheres são naturalmente mais questionadoras e mais sensíveis. Já existem os hormônios infernizando nossa vida, principalmente com esta idade, já que nossa vida útil, enquanto mulher, está chegando ao fim. Se pensamos demais o sentido de tudo, chegamos à conclusão que não há sentido para tudo e nos deprimimos.
Tenho uma imensidão de posts no blog que remetem a este assunto. Andei tomando uns "tarja-preta" aí, há uns dois anos. Me ajudou a clarear a mente e parar de racionalizar tudo.
Mas continuo, o post abaixo é uma prova das recentes descobertas da minha razão, mesmo eu ainda lutando contra o que escrevi. Mudei minha forma de acreditar em Deus, mas não quero perder minha fé. Não quero. E essa luta também não é fácil. 
A depressão é uma coisa séria e chega com tudo nas mulheres da minha idade. A gente precisa tentar desvencilhar os problemas reais dos imaginários, porque estes também existem. Normalmente se manifestam pela reação dos amigos, que pensam que é uma bobagem. Que temos tudo que precisamos e não temos motivos para deprimir. E talvez não tenhamos mesmo. Nenhum motivo além do desequilíbrio químico, quando nosso cérebro deixa de balancear as "inas" da nossa vida, causando um transtorno bem real aqui dentro. E aí você questiona tudo, não aceita nada. E passa a conviver com essa sua nova amiga, com os altos e baixos, que já fazem parte da sua vida. Procura ajuda. Ou não.
Então, você assume que está deprimida. Aí sua amiga se suicida.
E nada mais importa.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Losing my religion

A vinda do Papa para cá me trouxe ainda mais questões que, sozinha, já tinha.
Como é que pode uma pessoa que há três ou quatro meses nem era conhecida, de repente, ser elevada ao grau máximo de deus? Não deveria haver gradação para deus, porém, sabemos que as adorações, fantasiadas de fãs, existem e fazem absurdos. E cada um com seu deus.
Então, de repente, não mais que de repente, o seu Jorge vira O Cara. O Rio se transformou num caos, expulsou seus habitantes para dar lugar a milhões de pessoas frenéticas, querendo ver o novo representante de deus, porém eleito pelos homens, numa cerimônia para lá de duvidosa. E totalmente política.
Não dá pra confiar na Igreja Católica, é fato. É só ver a história e como ela foi manipulada por aqueles que se dizem continuadores do que foi pregado por Jesus Cristo. Se você se esforçar um pouquinho para entender, já começa desconfiando da pregação e termina não acreditando naquele seu Jorge ali.
Não dá pra confiar nos evangélicos. Tudo remete a pecado, tudo é proibido, menos o valores exorbitantes de dinheiro que eles pedem (e recebem) de seus fiéis, ignorantes, afoitos por palavras de consolo e esperança. "Faça o que eu digo, não faça o que eu faço" é a máxima desses canalhas manipuladores de massa.
Não dá pra acreditar em Deus, da maneira como todas as religiões o colocam. Simplesmente não dá. Eu tentei. Fiz primeira comunhão, fui à missa todos os domingos, frequentei grupos de estudo bíblico de evangélicos, rezei. Rezei pela minha vida e pela sua. Até que aos poucos fui acordando para uma realidade muito mais dura do que a que eu já tinha, com as culpas do catolicismo. Deus está em mim. Apenas em mim. E a paz que eu procuro não está em templos, nem em discursos pré-concebidos por pessoas de interesse político. Perdi minha fé e peço perdão ao Deus em que eu não acredito mais.
Eu vou levar comigo tudo que aprendi em todas as minhas incursões religiosas. Mas rezar ao Pai Eterno, por compaixão e perdão por pecados que não cometi, entre outras coisas, nas quais somos levados a acreditar, não fazem mais parte da minha realidade.
E isso está sendo muito difícil. Traumático até, eu diria. Porque se a esperança da vida eterna se vai junto com a fé, qual o sentido de tudo? E se deparar com a realidade de que somos apenas animais povoando um planeta, enquanto não o destruímos, é realmente o fim de uma era. Mas tudo foi apenas um sonho.
Acho que aos 20 anos, você tem toda a esperança do mundo. Aos 30, você questiona tudo, busca todas  as respostas, mas encontra poucas. Nessa fase que eu me encontro.
Aos 40, acho que você se conforma, simplesmente aceita e vai viver a vida. E é a isso que dedico toda a minha fé.