quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

15 anos sem mamãe

15 anos.

Faz-me lembrar você e nossas festas... Semanas antes e todos os quitutes feitos em casa, a mesa enorme da sala cheia de confeitos, forminhas coloridas e as novidades que você buscava só para fazer algo diferente. O cheiro na casa mudava, ficava suavemente doce, assim como suas intenções de celebrar que as filhas estavam ficando mocinhas.

Lembro do apartamento do Rovigo cheio na festa da Liz, tal qual coração de mãe, que abraçava com amor e delícias cada convidado que chegava. E a sala diminuía: "Mas não podia deixar de convidá-lo (a)!" Falava você com seu brilho sapeca nos olhos, tentando se justificar para que o pai não brigasse com você.

Lembro do dia em que a Liz me tirou do estágio no Sagrado para que a Tia Rose me entregasse aquele vestido azul lindo de princesa e quando abri a caixa você desmaiou, tamanha emoção! Mas é porque VOCÊ merecia, não eu. E do meu "bolo-novidade" da época, uma caixa linda de madeira toda enfeitada, com pedaços de um delicioso bolo de laranja, que você fez com todo amor do mundo, enrolados em papel alumínio. "As pessoas quase não comem bolo, então já fica bom para levar pra casa!" Você dizia com sua voz sofrida, levantando quase toda sua força numa crise renal fortíssima que te consumiu, inclusive no dia da festa. Mas adiar nem pensar, tudo pronto e lindo para debutar a filha caçula, agora também uma moça.

E 15 anos se passaram desde que você partiu. Hoje não queremos celebrar. Nossa vontade é de chorar, gritar, enlouquecer, tamanha a falta que você nos faz. Assim como a criança que teima em querer se tornar adulta logo, achávamos que a dor se acalmaria com o passar do tempo. E assim como essa criança se torna adulta e encara as agruras das responsabilidades da vida, deseja voltar a sorrir e brincar como um bebê inocente, nós gostaríamos de voltar no tempo e ter você mais uma vez em nossos braços. Mas não é possível. Então, faremos como você, que tirava forças não sei de onde - e sempre - e hoje comemoramos nossa vida. Boa, justa, saudável, do jeito que você nos ensinou. Celebramos você e tudo que você nos deixou e que continua firme dentro de nós, pequenos pedaços da sua grandeza. Celebramos nosso amor incondicional, nós três que ficamos aqui, tentando sempre te orgulhar e não desistir.

A saudade cresceu, virou moça e a despeito da vontade da rebeldia adolescente, escolhemos que ela se tornasse madura. Escolhemos viver os sonhos que você não realizou e são eles que nos apoiam e nos fortalecem a cada dia dessa vida sem você.


2 comentários:

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Mãe, amor maior. A lembrança cheia de saudades será sempre eterna, assim como o amor por ela! <3