segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Losing my religion

A vinda do Papa para cá me trouxe ainda mais questões que, sozinha, já tinha.
Como é que pode uma pessoa que há três ou quatro meses nem era conhecida, de repente, ser elevada ao grau máximo de deus? Não deveria haver gradação para deus, porém, sabemos que as adorações, fantasiadas de fãs, existem e fazem absurdos. E cada um com seu deus.
Então, de repente, não mais que de repente, o seu Jorge vira O Cara. O Rio se transformou num caos, expulsou seus habitantes para dar lugar a milhões de pessoas frenéticas, querendo ver o novo representante de deus, porém eleito pelos homens, numa cerimônia para lá de duvidosa. E totalmente política.
Não dá pra confiar na Igreja Católica, é fato. É só ver a história e como ela foi manipulada por aqueles que se dizem continuadores do que foi pregado por Jesus Cristo. Se você se esforçar um pouquinho para entender, já começa desconfiando da pregação e termina não acreditando naquele seu Jorge ali.
Não dá pra confiar nos evangélicos. Tudo remete a pecado, tudo é proibido, menos o valores exorbitantes de dinheiro que eles pedem (e recebem) de seus fiéis, ignorantes, afoitos por palavras de consolo e esperança. "Faça o que eu digo, não faça o que eu faço" é a máxima desses canalhas manipuladores de massa.
Não dá pra acreditar em Deus, da maneira como todas as religiões o colocam. Simplesmente não dá. Eu tentei. Fiz primeira comunhão, fui à missa todos os domingos, frequentei grupos de estudo bíblico de evangélicos, rezei. Rezei pela minha vida e pela sua. Até que aos poucos fui acordando para uma realidade muito mais dura do que a que eu já tinha, com as culpas do catolicismo. Deus está em mim. Apenas em mim. E a paz que eu procuro não está em templos, nem em discursos pré-concebidos por pessoas de interesse político. Perdi minha fé e peço perdão ao Deus em que eu não acredito mais.
Eu vou levar comigo tudo que aprendi em todas as minhas incursões religiosas. Mas rezar ao Pai Eterno, por compaixão e perdão por pecados que não cometi, entre outras coisas, nas quais somos levados a acreditar, não fazem mais parte da minha realidade.
E isso está sendo muito difícil. Traumático até, eu diria. Porque se a esperança da vida eterna se vai junto com a fé, qual o sentido de tudo? E se deparar com a realidade de que somos apenas animais povoando um planeta, enquanto não o destruímos, é realmente o fim de uma era. Mas tudo foi apenas um sonho.
Acho que aos 20 anos, você tem toda a esperança do mundo. Aos 30, você questiona tudo, busca todas  as respostas, mas encontra poucas. Nessa fase que eu me encontro.
Aos 40, acho que você se conforma, simplesmente aceita e vai viver a vida. E é a isso que dedico toda a minha fé.

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