segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

O país da copa

Ai gente, para variar, depois de alguns dias de retorno de férias, vem o efeito rebote,como escrevi aqui no ano passado. Mesmo período.
Mas este ano o efeito rebote veio com mais força, porque é inevitável comparar os países desenvolvidos visitados com o nosso. País de merda. É só o que eu consigo pensar voltando das férias na Suíça e Holanda.
Sempre rechacei comentários desse tipo, sempre tentando pensar positivo, no quanto o povo brasileiro é um povo amável, feliz e solidário. Porém nesse momento, nem a alegria espontânea dessa gente bronzeada supera a burrice, ignorância e falta de educação. Família Sarney há 50 anos no Maranhão é a prova mais contundente disso. O Estado está ferrado e continuam botando essa família lá. Lindberg, Crivella e Garotinho (ficha suja) aparecendo nas pesquisas é outra prova do que estou falando. Como pode?
Não adiantaram os protestos, manifestações e muito menos o quebra-quebra, que de certa fora até defendo, pois se não quebram tudo, os políticos riem na nossa cara e dizem: como é linda a manifestação popular! Sou contra a violência, tem que ser sem machucar ninguém, mas tem que quebrar tudo mesmo! A Dilma acaba de fazer uma parada em Lisboa e paga 27 mil reais em UMA noite no hotel mais caro de Lisboa. Tem que esperá-la no aeroporto e quebrar tudo mesmo! É MUITA cara-de-pau!
Voltei de férias revoltada. Por que é tão difícil fazer as coisas funcionarem? Por que não começam de uma vez a fazer o nosso imposto voltar? Por que que tem que continuar morrendo gente para se tomar a primeira atitude? Um ano (hoje) da tragédia mais absurda que houve ultimamente, que foi a de Santa Maria, com 242 jovens mortos, e nada mudou. Nada. Somente CINCO escolas de samba aqui do Rio tem galpão liberado e seguro para receber multidões. Cinco. De 25.
O governador desse estado aqui achou que havia mandado os traficantes embora e se gaba gloriosamente do sistema de segurança pública. Onde? Em oito anos que moro aqui, nunca me senti tão insegura! Os números  no estado só crescem: de homicídios dolosos subiu 38% de 2012 para 2013. Roubo nas ruas, então, subiu 37%, número muito inferior ao real, porque a maioria das pessoas já nem presta queixa. Não adianta, nada acontece.
Depois de pós-graduada, nunca me senti tão insegura em relação a emprego. E agora ainda falo espanhol!
Desilusão. Desesperança. E esse país só vai mudar em 200-500 anos, depois de alguma guerra horrível que assole todo mundo e aí realmente possamos aprender alguma coisa. 
No momento, só consigo pensar que essas eleições de 2014 só vão servir para comprovar tudo que eu escrevo acima. E que todos nós já sabemos.
Pena que nós, meus leitores desse blog e eu, sejamos minoria nesse país de bolsas-cala-a-boca. Então, enquanto isso, procuro a minha, mas no exterior. E para estudar, me desenvolver e, passando o frio das gentes europeias, finalmente possa sentir saudade da nossa gente bronzeada, e assim voltar a dar-nos o nosso devido valor.

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