terça-feira, 24 de abril de 2012

'Music and me'

O tempo voa cada vez mais. O show do Morrissey, leia-se a inspiração para este post, foi em 09 de março. Na ocasião havia retomado contato pelo Facebook com um amigo lá dos idos de 1990, a quem eu devo agradecer pela influência (positiva) musical. 

Quando crianças, já gostamos de música. É divertido ouvir, cantar, e claro, dançar. Balão Mágico está lá na minha lista de primeiras audições, junto com Elis Regina e Renato e seus Blue Caps. 'Conheci um capeta em forma de guri' muito antes do tal do Mallandro se fazer com essa música! E lembro que com sete anos, desarrumava (isso mesmo) o meu cabelo e fazia cover da Gal, com Festa do Interior, para o deleite de meus pais corujas. Michael Jackson nem se fala, é aus concours. Depois veio Menudo, claro e outras boy bands, inclusive nacional, lembram de Dominó? Ruim, claro, mas não dá para negar que era divertido. Terminei essa fase com New Kids on the Block e, já aparecendo meu lado rock, eu era fã do Donnie, o mais rebelde de todos. Dessa época me restou o Ricky Martin, que com seu som dance latino, alegra qualquer pista! Eu adoro e fui no show do ano passado!

Um pouco antes ainda de aflorar minha personalidade musical real, na pré-adolescência, veio também a influência de amigos e supostos amores. Foi quando resolvi me apaixonar por um garoto do interior que adorava Leandro e Leonardo. Depois que ele terminou comigo, eu ouvia Entre Tapas e Beijos e chorava copiosamente. Ui. Hoje eu gargalho de alegria pelo fim do namoro e das influências negativas. 

(Em tempo, este blog é meu e eu dou a opinião que eu quiser.)

Depois conheci outro grande amigo e ele era classic rock'n roll. Multi-instrumentista, atuava como vocal e baixo de uma banda, era fã incondicional do Paul e me ensinou tudo de Beatles, me contou fatos interessantes, me mostrou as composições e significados. Me apresentou a bandas como Duran Duran, The Police, Simple Minds, Genesis, Van Halen e mesmo Pink Floyd, me explicava acordes e letras que faziam REM bombar, entre outras curiosidades mais do mundo musical. 

Paralelamente, conheci o amigo mencionado no início, que por sua vez me apresentou à nata do rock inglês com The Jesus and Mary Chain, Joy Division, The Smiths. Isso me me levou a Sex Pistols e The Clash sensacionais, passando também por The Cure e Talking Heads, além de outras alternativas americanas ótimas como Pixies. Daqui, Legião Urbana, quem eu já curtia, mas se dando a devida atenção, aprendi mais coisas. Acabei até escrevendo meu artigo de fim de curso de Letras sobre Renato Russo.

Depois também passei mais fundo pela MPB, reggae nights, novamente graças a amigos músicos e minha (in)consequente groupie atittude.

Então, com a cabeça menos influenciável, fui escolhendo e administrando minhas escolhas e o show do Morrissey me remeteu a essas lembranças boas e esses amigos que me influenciaram positivamente. Gosto realmente não se discute, mas há que se perceber e admitir letras e melodias ricas em uma contraposição absurda ao lixo musical dos sucessos atuais. O tiozinho - ele está com 52 anos - arrebentou com suas músicas cheias de viradas, letras incríveis e um show de arrepiar. Puro rock!

Depois disso, imediatamente comprei ingresso para Roger Waters - The Wall Tour. Nunca fui muito de Pink Floyd, mas show bom é show bom e isso também não se discute. E de novo o queixo caiu com a impressionante banda e os efeitos incríveis de uma verdadeira ópera rock. Isso que é música. 

Confesso que com o tempo, parece que a gente fica mais fechado a bandas novas, mas ainda aceito sugestões e as acato quando se percebe pelo menos um valor. O talento de Amy é incontestável e a Flo (Florence + the Machine) me encantou com sua voz de veludo, letras divertidíssimas e melodias lindas!

Agradeço aos meus amigos, responsáveis por me colocar no bom caminho e enquanto houver energia, estarei em todos os shows possíveis, vendo de perto quem sabe de verdade fazer música boa, enquanto assisto à novela das nove com o controle nas mãos, apertando o mute volta e meia.

E não, não esqueci de Madonna. Mas ela é um capítulo à parte, afinal lançou seu 12.° disco arrebentando, só para começar um possível próximo post.



"Only I know wherever I go
We're as close as two friends can be
There have been others
But never two lovers
Like music, music and me."



3 comentários:

Unknown disse...

Adorei o texto e como sabe-se, fiquei o tempo todo me perguntando "Tá faltando alguém nisso aí!" Esperando ansiosamente a parte da Madonna! hahahahaha beijos!

Patricia Aguiar disse...

É amiga, assim como voce, eu tbm tive as fases de boys band (Menunos, Domino)... ainda bem que na fase do Polegar e New Kids on the Block, eu já curtia Guns n´ Roses. Mas sim, a maturidade tras uma resistencia a novidades que nao sei como explicar. Tbm sou resistente a novas tendencias, com exceções de algumas coisas que deixamos entrar, mas que se analisarmos bem, tem um toque de "clássico", um tom, um timbre, uma nota já conhecida e antiga, talvez seja por isso que deixamos que essas novidades entrem em nossas vidas de antiguidades. Antiguidades boas, raras e deliciosas de ouvir... To contigo! Beijos

Sidnei disse...

Obrigadão pela referencia. O importante é escutar "pra frente", novos sons, novas tendências, pra manter o espírito esperto. Bjs e mantenha o blog atualizado. O primeiro post foi lindo!