sexta-feira, 5 de setembro de 2008

If it’s bitter at the start, than it’s sweeter in the end!

Fiquei pensando o porquê de alguns ícones da música, cinema e afins causam tanto furor em nós, pobres mortais. O que acontece por trás desses trabalhos que ouvimos e amamos, meio sem saber por quê. Sim estou falando de Madonna, meu único ídolo – além de pai e mãe, que não conta – nesse mundo.

Mas começo remetendo a um fato passado. Muito passado. Lembrei dos Menudos. Era uma fissura tão grande, um aperto no coração inexplicável e ininteligível a uma menina de 11 anos. Eu lembro que pegava aquele disco Menudomania, que tinha ‘Não se Reprima’ e ficava beijando na boca do Robby que nem uma louca-esquizofrênica petit, meu coração derretia e doía, sonhando que um dia eu me casaria com ele. Santa ingenuidade, Batman! Mas aquele sentimento era tão forte que parecia fazer sentido no fundo da minha pequena alma. Depois, eu era lou-ca pelo Morten Harten do A-ha. Eu gravei e ficava babando na frente da TV naquele clip de Touch, almejando ser uma daquelas garotas de biquíni que eram paqueradas pelos três.

Bem, claro que no acima exposto entra uma fixação sexual também, paixão avassaladora. No caso de Madonna é um pouco diferente. Nunca quis beijá-la na boca, apesar de que se ela me catasse como fez com a Britney e a Christina eu beijava mesmo, pronto, falei. Mas o fato é que desde que me conheço por pré-adolescente, lembro-me dançando Material Girl com um pandeirinho fake, de novo na frente da TV. Usando legging por baixo de mini-saias e crucifixos no pescoço. Aí eu queria era SER ela. Eu e milhões de garotas e 'gayrotos' no mundo todo.

Em 1993, eu quase perdi meu emprego por conta do Girlie Show, que foi em plena quarta-feira em São Paulo. E minha dignidade por conta do cheque sem fundo que passei para comprar os ingressos. Por uma incrível peça do destino, eu trabalhava numa empresa importadora de carros e havia uma cliente paulista que fora buscar sua linda Cherokee naquele sábado. Uma de minhas colegas tinha parentes e namorado em SP. Não hesitei ao convite repentino de seguir rumo ao litoral paulista conhecer novos lugares. Chegando lá, eram notáveis as chamadas em torno do show mais esperado do ano (vida?). Propagandas e reportagens all over os veículos de comunicação. Na terça – feriado de finados – estava programada nossa volta, mas como voltar, sabendo que a Rainha JÁ se encontrava na cidade? Liguei para o meu chefe, disse que havia ganhado os ingressos e que infelizmente, ele teria que entender, pois eu faltaria ao trabalho na quarta (e possivelmente na quinta) para ir ao show. Claro que ele disse que se eu não aparecesse no escritório na quarta, estaria demitida. Claro que eu não me importei, afinal com 18 anos, nada nessa vida é definitivo. Então no dia 03 de novembro de 1993, estávamos eu e minha amiga, perdidas ao redor do Morumbi, sem ingresso, sem dinheiro, mas com muita, muita vontade. Conseguimos comprar dois ingressos para arquibancada de uma mulher que iria na pista que, na super confiança, aceitou meu pobre cheque do Banestado. Entramos naquele estádio gigante e aí foi só alegria. Quem viu, viu!

Agora, 15 anos depois, esses milhões de fãs só se multiplicaram, levando em consideração que de lá para cá poucos morreram, milhares nasceram e hoje com 13-14-15 anos já são súditos da Rainha.

E então o caos. A incerteza de não ter o ingresso. Pane no sistema, fui ao Maraca, mas tudo tem limite. Depois de 40 minutos numa fila imensa que não andava, fui embora, indignada, perplexa, mas com uma esperança de que ainda havia uma esperança (?). Quando cheguei em casa da faculdade, liguei o computador por desencargo de consciência. Entre com sua senha. Escolha seu ingresso. Confirme seu pedido. Entre com os dados de seu cartão. Parabéns. Parabéns?? PARABÉNS!!!! Sim, sim, God save the Queen! Eu consegui ingressos para ver a Rainha novamente, no meio da multidão!

Feliz da vida por um lado, e triste por saber que infelizmente no Brasil tudo para o povo é tão difícil, tão complicado e uma coisa que deveria ser PURA diversão deixou tanta gente doente, mal, dormindo no chão, sofrendo abusos de cambistas, violências de outras formas que só entristecem. Tomara que chegue aos ouvidos de Madonna, mesmo que ela nada possa fazer. E torço muito também para que a empresa Time for Fun, tenha aprendido que a Rainha tem muitos súditos no Brasil, então que em quatro meses, desfaça essa imagem podre que conquistou em um dia e que apresente uma estrutura digna que agüente a multidão de loucos como eu, que sem saber o porquê, idolatram essa figura louca como todos nós.



They got FOUR MONTHS to save the world!

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